De 14 a 27
de Outubro
*EVENTO EM COMEMORAÇÃO AO DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO
(16 DE OUTUBRO)
PROGRAMA DE AGRICULTURA URBANA E PERIURBANA - CAMPINAS CIDADE SOLIDÁRIA E SUSTENTÁVEL
O Programa Campinas Cidade Solidária e Sustentável tem como objetivo consolidar as ações de agricultura urbana no município de Campinas para o enfrentamento a fome. Ele foi instituído pela LEI Nº 16.183, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2021.
Além disso o programa busca a participação da juventude, a igualdade de gênero, protagonismo nos processos de construção e socialização do conhecimento na gestão, na organização social e nas atividades produtivas da agroecologia, da produção orgânica e da transição agroecológica.
Em prol da democratização das práticas e da utilização dos espaços, servindo para o abastecimento de alimentos, a geração de renda e a educação comunitária.
Com sua regulamentação ele terá como pontos principais ações:
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Regularização dos espaços
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Regularização do uso da água
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Criação de um banco de áreas agriculturáveis
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Capacitações e assistência técnica
O programa atende aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Em Campinas as ações de Agricultura Urbana aparecem em diferentes planos e propostas:
AGRICULTURA URBANA E O MEIO AMBIENTE
O desenvolvimento da Agricultura Urbana com bases agroecológicas traz a possibilidade de desenvolvimento de um Sistema Alimentar baseado na Soberania Alimentar.
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Cuidado correto com o solo – regeneração,
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Agricultura Natural sem uso de produtos químicos – soluções orgânicas para o equilíbrio das pragas,
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Redução do transporte de alimentos – Responsável por alimentos mais caros e também pela emissão de gás carbônico,
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Redução da concentração de terra e aumento da produção de alimentos – aumento da diversidade alimentar e redução da pobreza,
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O principal impacto ambiental está na forma como se produz alimentos - algumas políticas públicas, como geoengenharia, biocombustíveis, mercados de carbono são ineficazes.
Fonte: La Via Campesina in Action for Climate Justice By La Via Campesina Volume 44.6 of the Publication Series Ecology Edited by the Heinrich Böll Foundation 2018
“A soberania alimentar é o direito dos povos de decidir seu próprio sistema alimentar e produtivo, pautado em alimentos saudáveis e culturalmente adequados, produzidos de forma sustentável e ecológica, o que coloca aqueles que produzem, distribuem e consomem alimentos no coração dos sistemas políticas alimentares, acima das exigências dos mercados e das empresas, além de defender os interesses e incluir as futuras gerações”
AGROECOLOGIA
O programa tem como base a agroecologia que “busca otimizar a integração entre capacidade produtiva, uso e conservação da biodiversidade e dos demais recursos naturais, equilíbrio ecológico, eficiência econômica e justiça social” (DECRETO Nº 7.794, DE 20 DE AGOSTO DE 2012 Institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica)
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) propõe 10 princípios da agroecologia:
1. Diversidade
2. Cocriação e compartilhamento de conhecimento
3. Sinergias
4. Eficiência
5. Reciclagem
6. Resiliência
7. Valores humanos e sociais
8. Cultura e tradições alimentares
9. Governança responsável
10. Economia circular e solidária
Figura 1. O que se espera para o campo da Agroecologia.
Fonte: Brasil [livro eletrônico]: do flagelo da fome ao futuro agroecológico: uma análise do desmonte das políticas públicas federais e a agroecologia como alternativa / Andréia Vigolo Lourenço...[et al.] ; coordenação Flavia Londres, Viviane Brochardt. -- Rio de Janeiro, RJ : AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, 2022.
IMPLEMENTAÇAO DO PROGRAMA DE AGRICULTURA URBANA EM CAMPINAS:
INTERSETORIALIDADE
A agricultura Urbana com bases agroecológicas tem funções multissetoriais nos municípios, e pode ser estimulada por diversas áreas do setor público e privado.
Figura 2. Interfaces intersetoriais da agricultura urbana.
Desta forma o programa é fomentado por um conjunto de Secretarias Coordenado pelo Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional alocado na Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, e tem como principal parceiro técnico a CEASA Campinas. A execução intersetorial se dá pela institucionalidade da Câmara Intersecretarial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN), atendendo entre outras funções a implementação do Plano de Segurança Alimentar e Implementando a Politica Municipal de SAN instituída através da LEI Nº 15.912, DE 18 DE JUNHO DE 2020.
Secretarias e Autarquias que compõem o Programa Campinas Cidade Solidaria e Sustentável:
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I. Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos;
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II. Chefia de Gabinete;
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III. Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo;
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IV. Secretaria Municipal de Educação;
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V. Planejamento e Urbanismo;
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VI. Saúde;
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VII. Trabalho e Renda;
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VI. Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
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VII. Serviços Públicos;
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VIII. Centrais de Abastecimento de Campinas – CEASA;
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IX. Serviços Técnicos Gerais – SETEC;
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X. Sociedade de Abastecimento de Água e de Saneamento S/A – SANASA.
TECNOLOGIAS SOCIAIS
O município entende que as hortas comunitárias são tecnologias sociais, que são a principal expressão da agricultura urbana, sendo assim são equipamentos com baixo custo de implantação, alta capacidade de envolvimento social, acadêmico o que pode gerar melhora nas condições de vida social, econômica e de convivência comunitária.
Figura 3. Preparo para plantio comunitário em Projeto Piloto de Horta Jd. Florence.
AGRICULTURA URBANA E AS HORTAS INSTITUCIONAIS
Figura 4. Reunião com o grupo beneficiário do programa Viva Leite sobre empoderamento feminino e produção agrícola na Horta institucional CRAS Laudelina de Campos Melo, Campinas -SP. DSAN-SMASDH.
O capítulo I das disposições preliminares no art. 2 do Programa de Agricultura Urbana e Periurbana - Campinas Solidária e Sustentável no município de Campinas define hortas institucionais como:
III - hortas institucionais: espaços em áreas públicas ou privadas organizados em canteiros de cultivo, em sistema suspenso, vertical, de vasos e outros, sujeitos a técnicas de produção não mecanizadas e destinados a produção agrícola, terapia ocupacional, lazer e/ou aprendizagem, em meio de produção biológica, garantindo boas práticas agroambientais e transição agroecológica;
As hortas institucionais têm alta potência educativa, estão vinculadas às práticas ambientais, à educação alimentar e nutricional, ao contato dos usuários com a natureza e com a produção de alimentos, além de serem, especialmente em escolas, espaços para atividades práticas com diversas áreas de conhecimento.
São capazes de vincular o público atendido a uma prática milenar, dotada de conhecimento popular, e repleto de memórias afetivas assim como a culinária. É extensão de toda cozinha que preze por alimentos in natura e tem uma importância fundamental no combate a doenças relacionadas a má alimentação, conhecidas por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT’s).
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 57,4 milhões de pessoas no Brasil possuem pelo menos uma DCNT, impactando principalmente pessoas de baixa renda e escolaridade. Ainda são as principais causas de óbitos no mundo, gerando perda de qualidade de vida, alto grau de limitação nas atividades de trabalho e lazer, além de impactos econômicos para as famílias, comunidades e sociedade em geral.
Fonte: Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNTs, NOTA TÉCNICA. Disponível em <http://www.riocomsaude.rj.gov.br/site/Conteudo/Vigilancia.aspx?Area=DCNTS>. Acesso em 27/09/2022.
Enquanto isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão mínima de 400g de Folhas Legumes e Verduras diariamente, o que equivale a 5 porções diárias desses alimentos para todos os grupos etários.
Fonte: Alimentação e doenças crônicas não transmissíveis. Disponível em <https://codeagro.agricultura.sp.gov.br/cesans/artigo/228/alimentacao-e-doencas-cronicas-nao-transmissiveis>. Acesso em 27/09/2022.
Figura 5. Horta institucional CRAS Laudelina de Campos Melo, Campinas -SP - DSAN-SMASDH.
Um grande desafio, considerando que atualmente 33,1 milhões de domicílios brasileiros encontram-se em insegurança alimentar (II VIGISAN, 2022), o que significa a escolha por alimentos baratos, mais energéticos, ou até mesmo a privação parcial ou total de refeições. Afetando além de tudo nas habilidades psico-sociais desta população, devido a exposição a insegurança alimentar e nutricional a longo prazo.
Desta forma os projetos educativos associados a produção de alimentos, empoderamento da população com relação ao direito humano a alimentação adequada, têm efetivas possibilidades de garantir acesso aos alimentos, a autonomia alimentar se praticada em outros espaços, e consequentemente a redução da prevalência de DCNT’s na população brasileira.
CONTROLE SOCIAL
Figura 6. Reunião Grupo de Trabalho em Hortas Comunitárias no Projeto Piloto de Horta no Jd. Florence - DSAN-SMASDH.
O início da implantação da política de agricultura urbana se deu através da proposição de um projeto piloto na região do Campo Grande, o qual suscitou a atuação em rede na sociedade civil, identificação dos principais propulsores da temática no município, além da articulação intersetorial na administração pública.
O processo de implementação da política de agricultura urbana tem o amplo apoio do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e da Sociedade Civil, a qual participou ativamente do Grupo de Trabalho em Hortas Comunitárias instituído por decreto e atuante desde 2018.
São Parceiros da Prefeitura neste programa:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP Cooperativa AMATERAssociação Cio da Terra Centro de Convivência Espaço das Vilas Casa de Cultura do Itajaí Associação das Hortas do Santa GenebraRede Livres – Produtos do Bem FEACPé de FeijãoEmbrapa Territorial de Campinas Embrapa Meio AmbienteANC – Associação de Agricultura Natural de Campinas e RegiãoAssociação Cornelia (Armazém das Oficinas – Oficina Agrícola) Escola BarraquetCS - ITAJAÍCRAS FlorenceCRAS LaudelinaCRAS DandaraUnicamp Saúde Coletiva FCM-UnicampPUC-CampinasSer mente orgânicaSP in Natura Lab. Secretaria de Planejamento e UrbanismoZum Zum VerdeAlimenteiaGuardinha Comunidade Feminista Menino ChorãoCATI
MATERIAIS ORIENTADORES
A HORTA COMO SOLUÇÃO PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL!
Quando tratamos de uma promoção a alimentação saudável, não podemos deixar de citar os benefícios de se produzir sua própria comida.
Assim, selecionamos 3 motivos para você investir seu tempo e sua dedicação em uma horta:
1° - É difícil ter acesso a lugares onde se encontram alimentos frescos, baratos, e de qualidade. A horta proporciona uma proximidade maior a essa alternativa.
2° - Sem o uso de agrotóxicos, as variedades produzidas em seu próprio quintal ajudam na sua saúde e na sustentabilidade do planeta.
3° - Produzir sua própria comida é a alternativa mais barata possível, ou seja, ter uma horta é como ter uma máquina de dinheiro.
Tem interesse em iniciar um projeto? Seguem as dicas:
5 ETAPAS BÁSICAS PARA CONSTRUIR UMA HORTA
1 – ESCOLHA O LOCAL
Terreno plano e de fácil acesso;Acesso a Água;Terra fofa, fácil de mexer;
Seja bem iluminado, ao menos 5 horas de sol
Deve ser limpo utilizando ferramentas como enxada e enxadão, a terra, tirando, entulhos, pedras e possíveis pragas como capim ou erva daninha;
A terra deve ser remexida aproximadamente 15 cm de profundidade, eliminando torrões e deixando ela fofa;
É o momento de fazer os canteiros.
As medidas padrões são aproximadamente 1,20m de comprimento, com 2 a 5 metros de largura, o que pode ser demarcado, porém isso vai depender do tamanho do seu espaço.
3 - ESCOLHA O QUE PLANTAR
Cultive o que você, sua família e vizinhos gostam de comer;
Busque expandir o cultivo! Selecione alimentos que não são de fácil acesso;
A diversidade de plantas pode auxiliar a sua horta no controle de pragas;
Definidas as plantas, é necessário procurar informações sobre o cultivo: Período do ano para plantio;
Espaçamento entre mudas;
Tempo para Colheita.
4 – PLANTIO
Os canteiros devem ser adubados antes de se introduzir as mudas ou sementes;
Usar compostos orgânicos ou adubos naturais como restos de cascas de frutas e legumes, esterco, pó de café, palha, folhas e galhos;
As mudas devem ser introduzidas depois que a terra absorveu o composto, principalmente o natural;
Atenção ao espaçamento das mudas, cada planta tem um espaço especifico pra ela.
5 – MANUTENÇÃO
A horta deve ser IRRIGADA “como uma chuva” pelos menos duas vezes no dia, preferencialmente na parte da manhã ou final da tarde;
Se possível busque sistemas econômicos e alternativos para irrigação (Ex. Sisteminha da Embrapa);
Desfrute dos alimentos que cultivou!
Não esqueça de renovar o adubo orgânico para o próximo plantio.
Dicas:
Dedique um tempo a sua horta!
Converse com quem sabe! Busque conhecimento.
Seja curioso! Observe o crescimento, reveja os erros, procure informações sobre!
Você ainda pode fazer hortas suspensas, verticais, ou em vasos!
PRÉ CADASTRO PARA A REGULARIZAÇÃO DOS ESPAÇOS PRODUTIVOS O MUNICÍPIO ABRE O CADASTRO DAS HORTAS JÁ EM ATUAÇÃO
IMPORTANTE: NESTE MOMENTO SÓ SERÁ REALIZADO O CADASTRO! O FORNECIMENTO DE INSUMOS E APOIO ACONTECERÁ APÓS ANÁLISE DE DEMANDAS – o objetivo agora é levantar as NECESSIDADES DOS AGRICULTORES.
PASSO A PASSO PARA O CADASTRO
Qual a importância para o cadastro no programa:
Dar legitimidade na atuação dos agricultores em diversos pontos da cidade, possibilitando integrar uma rede, assim como divulgar sua atividade para fins de melhorias na produção, comercialização e divulgação de ações educativas.
Passo a passo para o cadastro:
Anexar cópia documento RG, CNPJ comprovante de endereço se houver, e fotos.
Preencher formulário disponibilizado com os dados e demanda solicitada.
Comparecer pessoalmente ao protocolo geral da Prefeitura Municipal de Campinas.
Entregar o formulário preenchido – Acesse aqui o link para download do formulário
A Prefeitura Municipal de Campinas realizará análise da solicitação, classificará mediante critérios de vulnerabilidade e entrará em contato com o responsável para esclarecimentos.
Quem pode se cadastrar?
Pessoa física que já possua uma unidade produtiva (horta) ou que tenha interesse em iniciar alguma.
Telefone para informações: (19) 3746-2483
e-mail: campinas.solidariasustentavel@campinas.sp.gov.br
INFORMAÇÕES:
Coordenação do Programa
Mariana Maia
Socióloga – Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional-SMASDH
Engenheiro Agrônomo Responsável
Ricardo Munhoz
Engenheiro Agrônomo – CEASA Campinas
Administrativo
Ana Claudia Silva Reis
Administrativo e Nutricionista - Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional-SMASDH
Telefone para informações: (19) 3746-2483
e-mail: campinas.solidariasustentavel@campinas.sp.gov.br
Por:
Mariana de Souza Maia
Pedagoga, educadora e socióloga
Especialista em relações sociais Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional – SMASDH